segunda-feira, 4 de junho de 2012

MANIFESTO DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE EM REPÚDIO AO GOVERNO BETO RICHA E EM DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA

O Movimento Universidade Popular - Foz, apoia e se solidariza com as reivindicações dos agentes universitários e com os estudantes.

Em apoio ao movimento da base dos agentes universitários das 
Universidades Estaduais do Paraná

Há muito, diversas organizações da sociedade discutem e lutam por uma educação pública verdadeiramente gratuita, de qualidade, universal e democrática. No entanto, também, há uma clara disputa de projetos para a educação. E as Universidades vivem um momento dramático no Paraná. No atual contexto, o Governo Beto Richa (PSDB), desde o início de sua gestão, não dispensou esforços em enxugar o orçamento das universidades e estrangular o funcionalismo público. Temos visto a clara intenção em deixar de financiar a universidade e reduzir ao máximo o número de pessoal, acabar com a qualificação dos servidores e as condições mínimas de funcionamento do ensino, de pesquisa e extensão.

O Governo tem atuado no sentido de frear as organizações sociais, principalmente o movimento estudantil e sindical. Não quer investir na assistência estudantil e bloqueia a realização de concursos públicos. Privatizou a cultura e a saúde. Não respeitou a negociação a respeito da reposição salarial dos docentes. Aponta para a terceirização dos serviços dos Hospitais Universitários das Universidades e não mede esforços para desqualificar a base dos servidores técnico-administrativos.

Como vimos nos últimos dias, em um pronunciamento público, Beto Richa assumiu medidas que coíbem a formação acadêmica dos trabalhadores das áreas da segurança pública. Agora, também age contra a formação dos servidores das Universidades Estaduais. Não obstante, está aplicando um projeto que retirar a autonomia financeira das instituições de ensino quanto à contratação de pessoal via processo seletivo. Aos setores básicos já foi imposta a terceirização. Agora o governo ameaça extinguir os agentes de segurança em troca da contratação de agentes da segurança privada. Além disso, o governo, através da Fundação Araucária, impede a criação de novos eventos de difusão científica, bem como as tradicionais Semanas Acadêmicas.

A Unioeste não se diferencia diante realidade geral. E a situação é bem mais agravante. Somente no campusde Toledo, ao passo que a universidade cresceu 70% em termos de estrutura física nos últimos quatro anos, o número de agentes universitários - que já era pouco – diminuiu ainda mais. Muitos se aposentaram e também houve mortes. O trabalho que só aumenta sobrecarrega os trabalhadores, que acabam ficando doentes. Estagiários são contratados para servirem como “tapa-buracos” diante da falta de funcionários, prejudicando o processo de aprendizagem dos estudantes, forçando-os a realizar atividades aquém da sua área de formação. Segundo informações da Pró-Reitoria de Planejamento, no ano passado já se previa a necessidade de contratação de mais de 700 servidores (em todos os campi) para almejar uma universidade de qualidade.

É no intuito da defesa da educação pública e da qualidade do funcionalismo público que nós, estudantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, redigimos o presente manifesto como forma de repúdio à política neoliberal do Governo Beto Richa, que se pretende ser pior do que o já combatido e derrubado Governo Jaime Lerner. Os interesses e as ações desse Governo até agora foram opostos à construção de uma educação pública verdadeiramente gratuita, de qualidade, universal e democrática.

ASSIM, REIVINDICAMOS:
·         A IMEDIATA APROVAÇÃO DO PLANO DE CARREIRA, CARGOS E SALÁRIOS (PCCS) DOS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS, RESPEITANDO A CLASSE DOS AGENTES DE LIMPEZA DE DA SEGURANÇA;
·         A IMEDIATA REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO PARA AGENTES UNIVERSITÁRIOS E DOCENTES;
·         O FIM DA TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS E NOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS - HUs;
·         O RESPEITO À NEGOCIAÇÃO REALIZADA COM OS SINDICATOS DOCENTES DO PARANÁ;
·         O AUMENTO DO ORÇAMENTO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO PARANÁ;
·         A IMEDIATA VOLTA DO INVESTIMENTO, ATRAVÉS DA FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA, PARA EVENTOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA OU DE DIFUSÃO ACADÊMICA (CURSOS, MINI-CURSOS, CICLOS DE PALESTRAS, SEMANAS ACADÊMICAS, FEIRAS, MOSTRAS E EXPOSIÇÕES) CURSOS OU ESCOLA DE TREINAMENTO/CAPACITAÇÃO, OU EVENTOS DE CARÁTER LOCAL, DIRECIONADOS À COMPLEMENTAÇÃO EXTRACURRICULAR OU À DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS E TECNOLOGIAS;
·         A CRIAÇÃO DE UMA POLÍTICA ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, COM RUBRICA ESPECÍFICA PARA INVESTIMENTOS COM PROJETOS NESSA ÁREA, COMO GARANTIA DA PERMANÊNCIA DO ESTUDANTE NA UNIVERSIDADE;
·         A IMEDIATA APLICAÇÃO DE 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA.

Unioeste, 31 de maio de 2012.

ASSOCIAÇÃO ACADÊMICA ATLÉTICA DE ENGENHARIAS DA UNIOESTE - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE DIREITO – MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO ACADÊMICO DE ENGENHARIA DE PESCA - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE ENGENHARIA MECÂNICA – FOZ DO IGUAÇU
CENTRO ACADÊMICO DE GEOGRAFIA – MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO ACADÊMICO DE HISTÓRIA – MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO ACADÊMICO DE QUÍMICA - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE SECRETARIADO EXECUTIVO - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE SERVIÇO SOCIAL - TOLEDO
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE - FOZ DO IGUAÇU
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE - FRANCISCO BELTRÃO
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE - MARECHAL CÂNDIDO RONDON
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE - TOLEDO
INSTITUTO DE TURISMO DA UNIOESTE – FOZ DO IGUAÇU

Fonte: http://www.dceunioeste.blogspot.com.br/2012/06/manifesto-dos-estudantes-da-unioeste-em.html

sábado, 2 de junho de 2012

A greve nacional dos professores das Universidades Federais



O Ministro da Educação, o senhor Aloísio Mercadante, se diz surpreso com a deflagração da greve nacional dos professores universitários federais. É compreensível, primeiro porque o MEC esteve ausente e omisso durante todo o processo de negociação ocorrido durante o ano passado e parece desconsiderar a real situação dos professores e as distorções da atual forma na qual se estrutura a carreira docente. Vejamos porque para nós a greve não só não surpreende como se apresenta necessária.          

Razões da greve

Há dois anos que os professores negociam com o governo seu projeto de careira docente e para tanto o ANDES construiu a partir de um amplo debate com a categoria um anteprojeto de lei no qual  é apresentada nossa proposta de uma carreira docente única com 13 níveis remuneratórios baseado no tempo de carreira, na titulação e na avaliação realizada com autonomia e por critérios objetivos definidos com fundamentos acadêmicos.


A posição do ANDES, que consideramos correta, é que nossa discussão salarial deveria ser feita com base em um projeto de carreira, ou seja, não nos interessa a mera discussão de um índice de aumento salarial ou de recuperação de perdas se não atacamos as raízes das distorções que dividem nossa carreira e geram desigualdades injustificáveis entre professores. Por exemplo, na concepção do governo a carreira dos docentes do ensino público federal se divide em ensino universitário e do ensino básico, técnico e tecnológico (que inclui os professores dos Colégios de Aplicação, ensino técnico de segundo grau, etc.) Sabemos das especificidades destes setores, mas segundo nossa visão são diferenças de função e não de profissão, somos professores do ensino público federal com diferentes atribuições dentro de uma mesma carreira.


 Outra divisão, esta dentro do mesmo campo do ensino universitário, é aquela que compõe nossa atual carreira e que nos divide em professores auxiliares, adjuntos, assistentes e titulares, esse último constituindo uma carreira à parte que inclusive exige novo concurso. Ora, essa distinção se fundamenta e um pressuposto quase feudal, próprio de um modelo universitário anacrônico e autoritário em frontal contradição com o modelo de universidade e sociedade que defendemos. Sua base é a concepção de que existe um grupo de professores “donos” de certa área ou disciplina e que dão algumas aulas durante o ano comunicando seus estudos e pesquisas assim como seu acumulo teórico sobre um tema e são auxiliados por professores que o circundam como assistentes ou adjuntos e estes por auxiliares numa hierarquia que implica mais que uma divisão de trabalho uma lógica de poder.


Isso não faz sentido na realidade da universidade brasileira que desde a constituição de 1988 em seu artigo 207 estipula a articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Na prática tal conformação divide a categoria em faixas remuneratórias que funcionam como um funil em que poucos podem chegar ao final da carreira e as salários maiores e a maioria fica presa nas faixas intermediárias. Segundo estudo promovido pela ADUFRJ, por exemplo, na UFRJ, mais de 80% se aposentam como professor adjunto 4.


A proposta inicial do governo criava mais um patamar que denominou de Professor Sênior, hoje retirada da proposta, extinguindo a carreira de professor titular, que impunha aos professores mais quatro degraus até o final da carreira e impunha critérios que fechava ainda mais a saída do funil.


Durante todo o ano de 2011 o ANDES acompanhou uma longa e tortuosa enrolação do MPOG que supostamente deveria debater as propostas apresentadas sobre a carreira buscando aproximações e diferenças visando chegar a uma proposta negociada. Sob uma série de pretextos o governo protelou as reuniões, quando não as desmarcou unilateralmente numa total falta de respeito ao que havia sido combinado. O fato que chegamos ao final do ano sem que um milímetro da negociação sobre a carreira docente houvesse sido acordado.


No final do ano passado o governo apresenta uma proposta emergencial, diante do impasse na negociação, que consistia basicamente em três pontos: aumento emergencial de 4% a ser pago seis meses adiante (em março de 2012); incorporação de uma das gratificações ao vencimento básico (GEMAS para ensino superior e GEDBT pra o ensino básico, técnico e tecnológico). Até maio deste ano o governo não havia cumprido sequer o acordo emergencial.


Uma greve em defesa da universidade pública: pela carreira docente, por salários e por melhores condições de trabalho.

O governo apresentou um Projeto Lei que incluía os termos acordados ao final de 2011 e o transformou em Medida provisória agora em maio (a MP 568). Ocorre que junto com o aumento de 4% e a incorporação das gratificações, agrega inúmeras medidas referente à várias categorias do funcionalismo que não foram negociadas e que pode gerar perdas para os trabalhadores, como é o caso da mudança do cálculo da insalubridade que afeta diretamente os médicos.


O acordo e seu injustificável atraso é insuficiente, neste sentido a greve dos professores não é apenas pelo seu cumprimento, na verdade uma obrigação acordada com o governo, mas pela imediata abertura de uma negociação séria sobre nossa carreira e pelo enfrentamento das causas que levam hoje à precarização do trabalho docente, das condições de trabalho e das instalações universitárias. Esse aspecto está ligado diretamente à expansão realizada pelo governo que não veio acompanhada dos recursos necessários para sua implementação gerando salas de aulas superlotadas, pressões para um aumento da carga horária dos docentes em sala de aula prejudicando a relação entre ensino, pesquisa e extensão, falta de professores, precariedade de instalações.


Vários campus estão funcionando em espaços cedidos por prefeituras, salas improvisadas, sem laboratórios, equipamentos e instalações adequadas. Tudo isso tem acarretado vários problemas que vão desde turmas que estão ameaçadas de não se formar, como é o caso da medicina de Macaé que não tem hospital para que seus alunos façam a residência além da carência de professores em várias disciplinas.


Na verdade o sucateamento da universidade pública e a maneira como o governo entende o setor revela uma concepção de Estado que está na base do projeto de governo que se implantou em nosso país. Vivemos uma contra-reforma do Estado e uma clara opção pela lógica do mercado e das parcerias público-privadas que tem por centro e meta principal a formação de superávits primários sangrando o fundo público para colocá-lo a serviço dos interesses do grande capital monopolista. Não há uma crise da Universidade Pública, o que há é uma clara intenção de adaptá-la, destruindo-a, para que sirva aos interesses da lógica capitalista e do mercado.


Desta forma, o ensino público é concebido como um serviço oferecido que deve disputar o mercado e seus “clientes/consumidores” com as demais empresas do setor e para tanto deve assumir uma lógica gerencial fundada na “eficácia”, entendida como produzir o serviço com os recursos existentes e ter iniciativa de captar os recursos adicionais necessários. Daí as Universidades são incitadas a buscar recursos na iniciativa privada, seja através de projetos de parceria, financiamento de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, através de fundações ou outras formas. Para os professores é pensado uma remuneração básica e uma concorrência entre seus pares no balcão de projetos e bolsas oferecidas pelas instituições de fomento ou pelas oportunidades do mercado, o que vem se tornando para boa parte da categoria a principal fonte de sua remuneração, ou, no mínimo, uma parte considerável de seus vencimentos.


Além desta prática quebrar a autonomia universitária e o necessário financiamento público, gera distorções e diferenças não apenas entre unidades da Universidade, com centros e unidades com grandes somas de recurso e outras com recursos abaixo do mínimo necessário, o que se reflete não apenas nas instalações, mas na própria capacidade de produção de pesquisas, intercâmbios e visibilidade de sua produção acadêmica e científica; como, também, entre os professores e sua remuneração.


A situação atual é produto desta opção. Por isso se explica o abandono de uma política, não de valorização dos salários, mas mesmo de sua recomposição. Se considerarmos os salários nominais entre 1998 e 2011 de categorias do serviço público federal que exigem a mesma formação e que se compõe de atividades similares, como por exemplo os profissionais de Ciência e Tecnologia e os pesquisadores do IPEA, temos que em 1998 os professores universitários recebiam R$ 3.388,31, os pesquisadores do  IPEA R$ 3.128,20 e do MCT recebiam R$ 2.6632,36. Em 2011 a situação se inverte de forma que os pesquisadores do IPEA ganham R$ 12.960,77, em segundo lugar os profissionais do MCT com R$ 10.350,68, e os professores passaram para a última posição com R$ 7.333,67, sendo a pior remuneração entre os funcionários públicos com este nível de formação exigido.


Isso considerando a categoria como um todo, pois as divisões as quais nos referíamos no interior da carreira existente e que permanecem na proposta do governo, fazem com que os aumentos oferecidos concentrem-se no alto da pirâmide e se diluam nas categorias intermediárias e na base. O secretário de relações do trabalho do MPOG, Sérgio Mendonça, por exemplo, alega que considerada no conjunto os professores  tiveram reposta a inflação do período relativo aos governo Lula e Dilma (cerca de 57,1 %). No entanto, considerando as diferenças, os extratos superiores da carreira, como professores titulares e assistentes 3 e 4, tiveram em media seus salários ajustados entorno de 15% acima da inflação, enquanto os adjuntos, faixa na qual se encontra a maior parte dos professores inclusive os aposentados, amargam uma defasagem que chega à 40% abaixo da inflação do período.


Para o governo esse não é um problema da educação, de uma política para universidade brasileira, mas um problema de gestão, não é por acaso que o principal negociador durante todo esse tempo não foi o MEC, um ilustre ausente e omisso nesse debate, seja com Haddad, seja agora com Mercadante, um político que traz no nome a marca de seu compromisso, mas o Ministério de Planejamento.


Os professores universitários são vistos como uma categoria privilegiada que trabalha pouco e ganha altos salários e a universidade um antro de maus gestores e de desperdício do dinheiro público, justificando o controle que rouba a autonomia universitária, uma limitação de recursos e o destino de completá-los no mercado e das parcerias, condenando a universidade a se transformar em uma central de serviços e os professores em mascates de projetos e que tem, se quiser cumprir os requisitos para ascender na carreira, que dar aulas (muitas aulas), participar de projetos de extensão, da pesquisa, da pós-graduação, além de participar dos espaços coletivos de gestão da vida universitária que se tornam cada vez mais homologatórios e formais.


O resultado disso é o adoecimento dos professores, a insegurança na carreira que é cada vez mais preterida roubando dos campos aqueles que poderiam contribuir para uma universidade pública e de qualidade, uma lógica perversa que sucateia a universidade pública para oferecer como saída sua mercantilização.


Por tudo isso os professores estão em greve, na maior greve do último período, pela defesa da Universidade Pública, pela defesa da carreira docente apresentada pelo ANDES-SN, por melhores condições de trabalho. Devemos isso ao pais, porque precisamos de uma universidade pública de qualidade, ainda que lutemos por mais que isso, para nesta universidade pública também se reflita os interesses dos trabalhadores e da maioria da população lutando por aquilo que chamamos da luta por uma Universidade Popular, e, por isso, a luta por uma Universidade Pública e por uma Universidade Popular é uma luta pelo socialismo. Devemos isso, também, a nós mesmos, os professores, porque merecemos respeito e precisamos resgatar nossa dignidade espezinhada por este governo de burocratas à serviço do grande capital monopolista que vê na Universidade mais oportunidade de negócios (como mostra a proposta da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares- EBSERH); mas, principalmente, devemos isso aos nossos queridos alunos que merecem uma educação de qualidade e uma verdadeira aula, aquela que demonstra que é somente no caminho da resistência e da luta que conquistaremos uma universidade melhor e caminharemos para superar a lógica do capital que está na base da proposta de universidade que se implanta.


Nós não podemos impedir que os exploradores se comportem como tal, da mesma forma que não nos cabe mudar o comportamento de seus aliados e serviçais que hoje no governo implementam o desmonte das políticas públicas, do Estado e, portanto, da Universidade Pública. Mas, podemos e devemos decidir não ser seus cúmplices e dizer em alto e bom tom: se quiserem destruir a Universidade Pública terão que fazer sem nosso consentimento, sem nossa omissão, terão que fazê-lo contra nós e isso não se dará sem luta.

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Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, presidente da ADUFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB.