segunda-feira, 4 de junho de 2012

MANIFESTO DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE EM REPÚDIO AO GOVERNO BETO RICHA E EM DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA

O Movimento Universidade Popular - Foz, apoia e se solidariza com as reivindicações dos agentes universitários e com os estudantes.

Em apoio ao movimento da base dos agentes universitários das 
Universidades Estaduais do Paraná

Há muito, diversas organizações da sociedade discutem e lutam por uma educação pública verdadeiramente gratuita, de qualidade, universal e democrática. No entanto, também, há uma clara disputa de projetos para a educação. E as Universidades vivem um momento dramático no Paraná. No atual contexto, o Governo Beto Richa (PSDB), desde o início de sua gestão, não dispensou esforços em enxugar o orçamento das universidades e estrangular o funcionalismo público. Temos visto a clara intenção em deixar de financiar a universidade e reduzir ao máximo o número de pessoal, acabar com a qualificação dos servidores e as condições mínimas de funcionamento do ensino, de pesquisa e extensão.

O Governo tem atuado no sentido de frear as organizações sociais, principalmente o movimento estudantil e sindical. Não quer investir na assistência estudantil e bloqueia a realização de concursos públicos. Privatizou a cultura e a saúde. Não respeitou a negociação a respeito da reposição salarial dos docentes. Aponta para a terceirização dos serviços dos Hospitais Universitários das Universidades e não mede esforços para desqualificar a base dos servidores técnico-administrativos.

Como vimos nos últimos dias, em um pronunciamento público, Beto Richa assumiu medidas que coíbem a formação acadêmica dos trabalhadores das áreas da segurança pública. Agora, também age contra a formação dos servidores das Universidades Estaduais. Não obstante, está aplicando um projeto que retirar a autonomia financeira das instituições de ensino quanto à contratação de pessoal via processo seletivo. Aos setores básicos já foi imposta a terceirização. Agora o governo ameaça extinguir os agentes de segurança em troca da contratação de agentes da segurança privada. Além disso, o governo, através da Fundação Araucária, impede a criação de novos eventos de difusão científica, bem como as tradicionais Semanas Acadêmicas.

A Unioeste não se diferencia diante realidade geral. E a situação é bem mais agravante. Somente no campusde Toledo, ao passo que a universidade cresceu 70% em termos de estrutura física nos últimos quatro anos, o número de agentes universitários - que já era pouco – diminuiu ainda mais. Muitos se aposentaram e também houve mortes. O trabalho que só aumenta sobrecarrega os trabalhadores, que acabam ficando doentes. Estagiários são contratados para servirem como “tapa-buracos” diante da falta de funcionários, prejudicando o processo de aprendizagem dos estudantes, forçando-os a realizar atividades aquém da sua área de formação. Segundo informações da Pró-Reitoria de Planejamento, no ano passado já se previa a necessidade de contratação de mais de 700 servidores (em todos os campi) para almejar uma universidade de qualidade.

É no intuito da defesa da educação pública e da qualidade do funcionalismo público que nós, estudantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, redigimos o presente manifesto como forma de repúdio à política neoliberal do Governo Beto Richa, que se pretende ser pior do que o já combatido e derrubado Governo Jaime Lerner. Os interesses e as ações desse Governo até agora foram opostos à construção de uma educação pública verdadeiramente gratuita, de qualidade, universal e democrática.

ASSIM, REIVINDICAMOS:
·         A IMEDIATA APROVAÇÃO DO PLANO DE CARREIRA, CARGOS E SALÁRIOS (PCCS) DOS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS, RESPEITANDO A CLASSE DOS AGENTES DE LIMPEZA DE DA SEGURANÇA;
·         A IMEDIATA REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO PARA AGENTES UNIVERSITÁRIOS E DOCENTES;
·         O FIM DA TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS E NOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS - HUs;
·         O RESPEITO À NEGOCIAÇÃO REALIZADA COM OS SINDICATOS DOCENTES DO PARANÁ;
·         O AUMENTO DO ORÇAMENTO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO PARANÁ;
·         A IMEDIATA VOLTA DO INVESTIMENTO, ATRAVÉS DA FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA, PARA EVENTOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA OU DE DIFUSÃO ACADÊMICA (CURSOS, MINI-CURSOS, CICLOS DE PALESTRAS, SEMANAS ACADÊMICAS, FEIRAS, MOSTRAS E EXPOSIÇÕES) CURSOS OU ESCOLA DE TREINAMENTO/CAPACITAÇÃO, OU EVENTOS DE CARÁTER LOCAL, DIRECIONADOS À COMPLEMENTAÇÃO EXTRACURRICULAR OU À DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS E TECNOLOGIAS;
·         A CRIAÇÃO DE UMA POLÍTICA ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, COM RUBRICA ESPECÍFICA PARA INVESTIMENTOS COM PROJETOS NESSA ÁREA, COMO GARANTIA DA PERMANÊNCIA DO ESTUDANTE NA UNIVERSIDADE;
·         A IMEDIATA APLICAÇÃO DE 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA.

Unioeste, 31 de maio de 2012.

ASSOCIAÇÃO ACADÊMICA ATLÉTICA DE ENGENHARIAS DA UNIOESTE - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE DIREITO – MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO ACADÊMICO DE ENGENHARIA DE PESCA - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE ENGENHARIA MECÂNICA – FOZ DO IGUAÇU
CENTRO ACADÊMICO DE GEOGRAFIA – MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO ACADÊMICO DE HISTÓRIA – MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO ACADÊMICO DE QUÍMICA - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE SECRETARIADO EXECUTIVO - TOLEDO
CENTRO ACADÊMICO DE SERVIÇO SOCIAL - TOLEDO
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE - FOZ DO IGUAÇU
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE - FRANCISCO BELTRÃO
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE - MARECHAL CÂNDIDO RONDON
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE - TOLEDO
INSTITUTO DE TURISMO DA UNIOESTE – FOZ DO IGUAÇU

Fonte: http://www.dceunioeste.blogspot.com.br/2012/06/manifesto-dos-estudantes-da-unioeste-em.html

sábado, 2 de junho de 2012

A greve nacional dos professores das Universidades Federais



O Ministro da Educação, o senhor Aloísio Mercadante, se diz surpreso com a deflagração da greve nacional dos professores universitários federais. É compreensível, primeiro porque o MEC esteve ausente e omisso durante todo o processo de negociação ocorrido durante o ano passado e parece desconsiderar a real situação dos professores e as distorções da atual forma na qual se estrutura a carreira docente. Vejamos porque para nós a greve não só não surpreende como se apresenta necessária.          

Razões da greve

Há dois anos que os professores negociam com o governo seu projeto de careira docente e para tanto o ANDES construiu a partir de um amplo debate com a categoria um anteprojeto de lei no qual  é apresentada nossa proposta de uma carreira docente única com 13 níveis remuneratórios baseado no tempo de carreira, na titulação e na avaliação realizada com autonomia e por critérios objetivos definidos com fundamentos acadêmicos.


A posição do ANDES, que consideramos correta, é que nossa discussão salarial deveria ser feita com base em um projeto de carreira, ou seja, não nos interessa a mera discussão de um índice de aumento salarial ou de recuperação de perdas se não atacamos as raízes das distorções que dividem nossa carreira e geram desigualdades injustificáveis entre professores. Por exemplo, na concepção do governo a carreira dos docentes do ensino público federal se divide em ensino universitário e do ensino básico, técnico e tecnológico (que inclui os professores dos Colégios de Aplicação, ensino técnico de segundo grau, etc.) Sabemos das especificidades destes setores, mas segundo nossa visão são diferenças de função e não de profissão, somos professores do ensino público federal com diferentes atribuições dentro de uma mesma carreira.


 Outra divisão, esta dentro do mesmo campo do ensino universitário, é aquela que compõe nossa atual carreira e que nos divide em professores auxiliares, adjuntos, assistentes e titulares, esse último constituindo uma carreira à parte que inclusive exige novo concurso. Ora, essa distinção se fundamenta e um pressuposto quase feudal, próprio de um modelo universitário anacrônico e autoritário em frontal contradição com o modelo de universidade e sociedade que defendemos. Sua base é a concepção de que existe um grupo de professores “donos” de certa área ou disciplina e que dão algumas aulas durante o ano comunicando seus estudos e pesquisas assim como seu acumulo teórico sobre um tema e são auxiliados por professores que o circundam como assistentes ou adjuntos e estes por auxiliares numa hierarquia que implica mais que uma divisão de trabalho uma lógica de poder.


Isso não faz sentido na realidade da universidade brasileira que desde a constituição de 1988 em seu artigo 207 estipula a articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Na prática tal conformação divide a categoria em faixas remuneratórias que funcionam como um funil em que poucos podem chegar ao final da carreira e as salários maiores e a maioria fica presa nas faixas intermediárias. Segundo estudo promovido pela ADUFRJ, por exemplo, na UFRJ, mais de 80% se aposentam como professor adjunto 4.


A proposta inicial do governo criava mais um patamar que denominou de Professor Sênior, hoje retirada da proposta, extinguindo a carreira de professor titular, que impunha aos professores mais quatro degraus até o final da carreira e impunha critérios que fechava ainda mais a saída do funil.


Durante todo o ano de 2011 o ANDES acompanhou uma longa e tortuosa enrolação do MPOG que supostamente deveria debater as propostas apresentadas sobre a carreira buscando aproximações e diferenças visando chegar a uma proposta negociada. Sob uma série de pretextos o governo protelou as reuniões, quando não as desmarcou unilateralmente numa total falta de respeito ao que havia sido combinado. O fato que chegamos ao final do ano sem que um milímetro da negociação sobre a carreira docente houvesse sido acordado.


No final do ano passado o governo apresenta uma proposta emergencial, diante do impasse na negociação, que consistia basicamente em três pontos: aumento emergencial de 4% a ser pago seis meses adiante (em março de 2012); incorporação de uma das gratificações ao vencimento básico (GEMAS para ensino superior e GEDBT pra o ensino básico, técnico e tecnológico). Até maio deste ano o governo não havia cumprido sequer o acordo emergencial.


Uma greve em defesa da universidade pública: pela carreira docente, por salários e por melhores condições de trabalho.

O governo apresentou um Projeto Lei que incluía os termos acordados ao final de 2011 e o transformou em Medida provisória agora em maio (a MP 568). Ocorre que junto com o aumento de 4% e a incorporação das gratificações, agrega inúmeras medidas referente à várias categorias do funcionalismo que não foram negociadas e que pode gerar perdas para os trabalhadores, como é o caso da mudança do cálculo da insalubridade que afeta diretamente os médicos.


O acordo e seu injustificável atraso é insuficiente, neste sentido a greve dos professores não é apenas pelo seu cumprimento, na verdade uma obrigação acordada com o governo, mas pela imediata abertura de uma negociação séria sobre nossa carreira e pelo enfrentamento das causas que levam hoje à precarização do trabalho docente, das condições de trabalho e das instalações universitárias. Esse aspecto está ligado diretamente à expansão realizada pelo governo que não veio acompanhada dos recursos necessários para sua implementação gerando salas de aulas superlotadas, pressões para um aumento da carga horária dos docentes em sala de aula prejudicando a relação entre ensino, pesquisa e extensão, falta de professores, precariedade de instalações.


Vários campus estão funcionando em espaços cedidos por prefeituras, salas improvisadas, sem laboratórios, equipamentos e instalações adequadas. Tudo isso tem acarretado vários problemas que vão desde turmas que estão ameaçadas de não se formar, como é o caso da medicina de Macaé que não tem hospital para que seus alunos façam a residência além da carência de professores em várias disciplinas.


Na verdade o sucateamento da universidade pública e a maneira como o governo entende o setor revela uma concepção de Estado que está na base do projeto de governo que se implantou em nosso país. Vivemos uma contra-reforma do Estado e uma clara opção pela lógica do mercado e das parcerias público-privadas que tem por centro e meta principal a formação de superávits primários sangrando o fundo público para colocá-lo a serviço dos interesses do grande capital monopolista. Não há uma crise da Universidade Pública, o que há é uma clara intenção de adaptá-la, destruindo-a, para que sirva aos interesses da lógica capitalista e do mercado.


Desta forma, o ensino público é concebido como um serviço oferecido que deve disputar o mercado e seus “clientes/consumidores” com as demais empresas do setor e para tanto deve assumir uma lógica gerencial fundada na “eficácia”, entendida como produzir o serviço com os recursos existentes e ter iniciativa de captar os recursos adicionais necessários. Daí as Universidades são incitadas a buscar recursos na iniciativa privada, seja através de projetos de parceria, financiamento de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, através de fundações ou outras formas. Para os professores é pensado uma remuneração básica e uma concorrência entre seus pares no balcão de projetos e bolsas oferecidas pelas instituições de fomento ou pelas oportunidades do mercado, o que vem se tornando para boa parte da categoria a principal fonte de sua remuneração, ou, no mínimo, uma parte considerável de seus vencimentos.


Além desta prática quebrar a autonomia universitária e o necessário financiamento público, gera distorções e diferenças não apenas entre unidades da Universidade, com centros e unidades com grandes somas de recurso e outras com recursos abaixo do mínimo necessário, o que se reflete não apenas nas instalações, mas na própria capacidade de produção de pesquisas, intercâmbios e visibilidade de sua produção acadêmica e científica; como, também, entre os professores e sua remuneração.


A situação atual é produto desta opção. Por isso se explica o abandono de uma política, não de valorização dos salários, mas mesmo de sua recomposição. Se considerarmos os salários nominais entre 1998 e 2011 de categorias do serviço público federal que exigem a mesma formação e que se compõe de atividades similares, como por exemplo os profissionais de Ciência e Tecnologia e os pesquisadores do IPEA, temos que em 1998 os professores universitários recebiam R$ 3.388,31, os pesquisadores do  IPEA R$ 3.128,20 e do MCT recebiam R$ 2.6632,36. Em 2011 a situação se inverte de forma que os pesquisadores do IPEA ganham R$ 12.960,77, em segundo lugar os profissionais do MCT com R$ 10.350,68, e os professores passaram para a última posição com R$ 7.333,67, sendo a pior remuneração entre os funcionários públicos com este nível de formação exigido.


Isso considerando a categoria como um todo, pois as divisões as quais nos referíamos no interior da carreira existente e que permanecem na proposta do governo, fazem com que os aumentos oferecidos concentrem-se no alto da pirâmide e se diluam nas categorias intermediárias e na base. O secretário de relações do trabalho do MPOG, Sérgio Mendonça, por exemplo, alega que considerada no conjunto os professores  tiveram reposta a inflação do período relativo aos governo Lula e Dilma (cerca de 57,1 %). No entanto, considerando as diferenças, os extratos superiores da carreira, como professores titulares e assistentes 3 e 4, tiveram em media seus salários ajustados entorno de 15% acima da inflação, enquanto os adjuntos, faixa na qual se encontra a maior parte dos professores inclusive os aposentados, amargam uma defasagem que chega à 40% abaixo da inflação do período.


Para o governo esse não é um problema da educação, de uma política para universidade brasileira, mas um problema de gestão, não é por acaso que o principal negociador durante todo esse tempo não foi o MEC, um ilustre ausente e omisso nesse debate, seja com Haddad, seja agora com Mercadante, um político que traz no nome a marca de seu compromisso, mas o Ministério de Planejamento.


Os professores universitários são vistos como uma categoria privilegiada que trabalha pouco e ganha altos salários e a universidade um antro de maus gestores e de desperdício do dinheiro público, justificando o controle que rouba a autonomia universitária, uma limitação de recursos e o destino de completá-los no mercado e das parcerias, condenando a universidade a se transformar em uma central de serviços e os professores em mascates de projetos e que tem, se quiser cumprir os requisitos para ascender na carreira, que dar aulas (muitas aulas), participar de projetos de extensão, da pesquisa, da pós-graduação, além de participar dos espaços coletivos de gestão da vida universitária que se tornam cada vez mais homologatórios e formais.


O resultado disso é o adoecimento dos professores, a insegurança na carreira que é cada vez mais preterida roubando dos campos aqueles que poderiam contribuir para uma universidade pública e de qualidade, uma lógica perversa que sucateia a universidade pública para oferecer como saída sua mercantilização.


Por tudo isso os professores estão em greve, na maior greve do último período, pela defesa da Universidade Pública, pela defesa da carreira docente apresentada pelo ANDES-SN, por melhores condições de trabalho. Devemos isso ao pais, porque precisamos de uma universidade pública de qualidade, ainda que lutemos por mais que isso, para nesta universidade pública também se reflita os interesses dos trabalhadores e da maioria da população lutando por aquilo que chamamos da luta por uma Universidade Popular, e, por isso, a luta por uma Universidade Pública e por uma Universidade Popular é uma luta pelo socialismo. Devemos isso, também, a nós mesmos, os professores, porque merecemos respeito e precisamos resgatar nossa dignidade espezinhada por este governo de burocratas à serviço do grande capital monopolista que vê na Universidade mais oportunidade de negócios (como mostra a proposta da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares- EBSERH); mas, principalmente, devemos isso aos nossos queridos alunos que merecem uma educação de qualidade e uma verdadeira aula, aquela que demonstra que é somente no caminho da resistência e da luta que conquistaremos uma universidade melhor e caminharemos para superar a lógica do capital que está na base da proposta de universidade que se implanta.


Nós não podemos impedir que os exploradores se comportem como tal, da mesma forma que não nos cabe mudar o comportamento de seus aliados e serviçais que hoje no governo implementam o desmonte das políticas públicas, do Estado e, portanto, da Universidade Pública. Mas, podemos e devemos decidir não ser seus cúmplices e dizer em alto e bom tom: se quiserem destruir a Universidade Pública terão que fazer sem nosso consentimento, sem nossa omissão, terão que fazê-lo contra nós e isso não se dará sem luta.

***
Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, presidente da ADUFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Terceiro Encontro GEUP - Educação para além do capital - István Mèszáros

A educação para além do capital - István Mészáros. 


Limitar uma mudança educacional radical às margens corruptivas interesseiras do capital significa abandonar de uma vez só, conscientemente ou não, o objetivo de uma transformação qualitativa. É por isso que é necessário romper com a lógica do capital se quisermos contemplar a criação de uma alternativa educacional significativamente diferente.


Local: Teatro Barracão, Av. República Argentina [Praça da Bíblia, Foz do Iguaçu - PR].
Data: 26/05/2012 [sábado]
Hora: a partir das 16:00h.


                                                 Participe! Opine! Contribua!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Novo calendário de atividades


No sábado [05/05/2012] foi decido em reunião que os encontros ocorrerá uma vez por mês, devido ao pequeno espaço de leitura dos textos e o aumento da demanda de participantes do Grupo de Estudos Universidade Popular.
Segue o novo calendário de atividades. 

26/05: A educação para além do capital - István Mészáros


16/06: Educação popular em direitos humanos - José Francisco de Melo Neto

14/07: Educação e Movimentos sociais - Ubirajara José Augusto


18/08: Educação Popular na América Latina v. 4 - Ministério da Educação


15/09: Universidade Popular dos Movimentos Sociais - Breve história de um sonho possível - Moacir Gadotti


20/10: Universidade Popular dos Movimentos Sociais - Proposta para discussão - Boaventura de Sousa Santos


17/11: Universidade Popular dos Movimentos Sociais - [Re]conhecer para dialogar - Ana Maria Prestes Rabelo

08/12: Universidade Popular dos Movimentos Sociais - Reinvenção da emancipação a partir de uma proposta local - Júlia Figueredo Benzaquen


*Escola e Democracia part. 1 [pág. 3 a 23] - Dermeval Saviani.
*Escola e Democracia part. 2 [pág. 27 a 54] - Dermeval Saviani.


*Esse livro do Saviani não coube nas datas mas caso alguém ache que seria melhor mante-lo mande sugestões, de qualquer forma fica como leitura complementar!. 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

II TARDE CULTURAL - ARTE EM MOVIMENTO







II TARDE CULTURAL - ARTE EM MOVIMENTO

O Evento Tarde Cultural - Arte em Movimento surge da necessidade sentida pelos estudantes em promover um espaço de fomentação das mais variadas manifestações artísticas dentro da universidade. E têm como um de seus objetivos promover a aproximação dos estudantes com a comunidade em geral, estimulando desta forma a ocupação de um espaço público que a todos pertence.
O evento Tarde Cultural - Arte em Movimento é um evento autônomo, ficando sua organização e desenvolvimento a cargo dos estudantes e da comunidade, de forma soberana e independente, ou seja, sem quaisquer vinculo institucional ou partidário.
O evento Tarde Cultural - Arte em Movimento assenta seu alicerce sobre o tripé LIBERDADE, DIVERSIDADE e ARTE, ficando indissociáveis tais bases da própria estrutura orgânica do evento.

Local: Unioeste Campus Toledo
Horas: a partir das 14:00
Data: 15/04/2012

sexta-feira, 23 de março de 2012

MANIFESTO DO III ENCONTRO DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE





CARTA-MANIFESTO DO III ENCONTRO DOS ESTUDANTES DA UNIOESTE
AOS DIRETORES GERAIS DE CAMPUS DA UNIOESTE
AO REITOR DA UNIOESTE
AO SECRETÁRIO DA SETI
AO VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ
AO GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ
À SOCIEDADE PARANAENSE 

PELO RESPEITO À AUTONOMIA POLÍTICA E FINANCEIRA DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS DO PARANÁ!

Como temos sentido, o Governo Beto Richa demonstrou há muito o seu caráter privatista e de desmonte das instituições públicas do Paraná:

• Ao passo que a população reclamava o aumento dos investimentos na saúde pública, o Governo criou as Organizações Sociais, que na prática significa a possibilidade de privatização dos serviços, negando o repasse de dinheiro público aos próprios hospitais públicos, promovendo a transferência direta para o setor privado que deverá administrar os recursos ;
• O Governo alega que o Estado está “quebrado”, e desmotiva os investimentos nas áreas sociais. Porém, o PIB do Paraná cresceu consecutivamente em 2010, 2011 e 2012, com índices acima da média de crescimento nacional;
• Enquanto quer cortar os gastos com recursos humanos, barrando a realização de concursos públicos, cria centenas de cargos políticos comissionados com super-salários;
• No mesmo momento que o Governo Dilma aprova a terceirização dos serviços dos Hospitais Universitários Federais, o governo estuda a proposta de realizar o mesmo com os HUs das Universidades Estaduais;

Não obstante, na educação pública não ocorre diferente:
• O governo corta drasticamente as verbas de custeio das universidades estaduais, pelo segundo ano consecutivo, inviabilizando a subsistência das instituições;
• Prevê o fim da contratação de pessoal via concurso público, empurrando as universidades para contratação via processo de terceirização;
• Aumenta drasticamente os salários dos reitores e não respeita as demandas salariais e de carreira dos docentes e servidores técnico-administrativos, no que toca o cumprimento do estabelecido nos PCCSs;
• Bloqueia o financiamento de eventos científicos através da Fundação Araucária, conforme explicitado na Chamada Pública 01/2012, em seu item 4.3, alínea I, “não serão apoiados (...) eventos de extensão universitária ou de difusão acadêmica (cursos, mini-cursos, ciclos de palestras, semanas acadêmicas, feiras, mostras e exposições) cursos ou escola de treinamento/capacitação, ou eventos de caráter local, direcionados à complementação extracurricular ou à difusão de conhecimentos e tecnologias”;
• Cortou mais de 90% do investimento dos cursos de capacitação dos servidores das universidades;
• Impõe às universidades o Projeto 32, o que tentou o Governo Lerner e que já havia sido repudiado na época por parte da sociedade paranaense. Através da META 4, visa retirar toda autonomia administrativa, financeira e política das universidades, negando às instituições sua autonomia quanto ao caráter de contratação de professores e funcionários, passando a centralizar e submeter totalmente as universidades ao interesse político do Governo.

Ou seja, mesmo o Paraná tendo arrecadação crescente, o Governo visa quebrar o Estado e aplica cortes sucessivos no investimento das instituições públicas, empurrando para que estas sejam totalmente dependentes do setor privado, o que deixa todo desenvolvimento e produção científica e humana à mercê dos interesses de mercado, que, via de regra, só visa o lucro em detrimento do desenvolvimento equilibrado e justo das sociedades.

DIANTE DO EXPOSTO, no intuito da defesa de uma universidade pública autônoma, gratuita, de qualidade e popular, nós, mais de 300 estudantes e entidades representativas de todos os campi da Unioeste, hoje reunidos no III Encontro dos Estudantes da Unioeste, em defesa da Universidade Publica, gratuita, autônoma, popular, democrática e de qualidade, reivindicamos:

1. A imediata aprovação do PCCS exigido pelos servidores técnico-administrativos das Universidades Estaduais do Paraná;
2. A imediata reposição salarial dos docentes das Universidades Estaduais do Paraná;
3. A imediata realização de concurso público para docentes e servidores técnico-administrativos na Unioeste;
4. A volta do investimento, através da Fundação Araucária, ainda para o primeiro semestre deste ano, para eventos de extensão universitária ou de difusão acadêmica (cursos, mini-cursos, ciclos de palestras, semanas acadêmicas, feiras, mostras e exposições) cursos ou escola de treinamento/capacitação, ou eventos de caráter local, direcionados à complementação extracurricular ou à difusão de conhecimentos e tecnologias;
5. A recomposição integral das verbas de custeio das universidades estaduais do Paraná, que foram cortadas desde 2010;
6. O aumento do orçamento para as Universidades Estaduais do Paraná;
7. A criação de uma Política Estadual de Assistência Estudantil, com rubrica específica para investimentos com projetos nessa área, enquanto atividade ligada à Educação;
8. Revogação imediata do Decreto nº 3728 – Meta 4, que fere a autonomia financeira universitária, impedindo ações que devem ser de iniciativa da própria Universidade, como a contratação de professores e funcionários temporários, deixando a instituição totalmente submetida ao Governo do Estado.
9. A defesa intransigente dos Hospitais Universitários, quanto ao seu caráter público, repudiando quaisquer tentativas de privatização e/ou terceirização dos serviços;
10. O fim da Lista Tríplice, lei que retira a autonomia político-eleitoral das Universidades Públicas do Paraná;
11. A imediata aplicação de 10% do PIB Estadual e Nacional para a Educação Pública.

Unioeste, Francisco Beltrão, 20 de março de 2012

Assinam os presentes no III Encontro dos Estudantes da Unioeste 



Publicado originalmente no http://www.facebook.com/augustoseifert/posts/3639886880900

segunda-feira, 19 de março de 2012

Segundo Encontro GEUP - Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas - Marilene Chaui


Texto: Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas.

Resumo:
O trabalho apresenta um estudo sobre a educação não-formal e seu papel no processo educativo mais geral.
Considera-se a educação não-formal como uma área de conhecimento ainda em construção. Estuda-se a possibilidade deste processo em conselhos de escolas e o aprendizado que resulta da participação da sociedade civil nestes conselhos. 
O trabalho se divide em duas partes: a primeira tem caráter teórico e discute a categoria educação não-formal em si, seu campo e atributos. Por meio da análise comparativa, busca-se diferenciá-la da educação formal e da educação informal. 
A segunda investiga a categoria da educação não - formal em conselhos escolares, e em movimentos sociais que atuam na área da educação.

Data: 24/03/2012 [sábado]
Hora: 16:00
Local: Teatro Barracão. Av. República Argentina, Praça da Bíblia - Foz do Iguaçu.


terça-feira, 13 de março de 2012

Manifesto ADUNILA



M A N I F E S T O   A D U N I L A


A Associação dos Docentes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana – ADUNILA promoverá manifestação docente no dia 14 de março de 2012 a partir das 8:30 horas em frente a sede Unila Centro (antiga Unifoz) com o propósito de exigir da administração da UNILA condições adequadas que garantam, desde já, o ensino de qualidade.
Trata-se de protesto legítimo, pacífico e consciente, que expressa o descontentamento dos Professores com a falta de planejamento administrativo e acadêmico que vêm marcando as atividades da UNILA desde seu início e têm dificultado a existência de um ambiente de trabalho saudável e compatível com o projeto e os ideais da Instituição, cujas responsabilidades são ainda mais significativas, dada sua vocação internacional.
É bastante simbólico que não tenhamos clareza se haverá salas de aula adequadas para o início das aulas e tampouco onde as atividades acadêmicas iniciarão. É também extremamente preocupante a forma de recepção dos alunos nas moradias, bem como as condições de alimentação e transporte. Fatos estes que demonstram a absoluta falta de planejamento diante de um crescimento institucional desordenado.
Consideramos que já passou da hora de Institucionalizar a UNILA e descentralizar os processos de decisão, que devem ser respaldados em debates coletivos e em órgãos colegiados verdadeiramente representativos e deliberativos.
Não iremos mais aceitar a desvalorização sistemática dos Professores. Todas as políticas institucionais de ensino, pesquisa e extensão têm por alicerce o corpo docente da própria Universidade e não podem ficar dependentes de vontades alheias a Instituição, muitas vezes desconhecedoras da realidade da nossa Universidade.
A pós-graduação, a abertura de novos cursos, a produção científica, a relação com a sociedade nos projetos de extensão dependem da capacidade do corpo docente. Nossas potencialidades estão sendo sufocadas pelo temor da autonomia docente. Há verdadeiro desestímulo para que os Professores sejam envolvidos nas funções essenciais de qualquer Universidade: o ensino, a produção do conhecimento científico e a extensão.
A missão de todo Professor da UNILA vai muito além da sua carga horária em sala de aula. É hora da UNILA deixar de ser um projeto e transformar-se em Universidade de fato. Para tanto, é indispensável que a Reitoria adote com urgência as seguintes medidas:
1. Institucionalização e descentralização acadêmica: vigência imediata do Estatuto e constituição dos Institutos, Centros Interdisciplinares e Comissões Superiores com estabelecimento de cronograma de implantação para atender as disposições estatutárias;
2.  Imediata reformulação do Conselho Universitário pro tempore: deve-se observar as disposições do Estatuto para a composição do Conselho, garantindo assim a adequada representatividade dos Professores, servidores técnicos-administrativos e estudantes;
3. Definição imediata de metodologia e adoção de cronograma para a implantação do Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI e regimento interno da Universidade, garantindo a representação de todas as categorias universitárias na elaboração dos documentos;
4. Regularização do registro de todos os Cursos no MEC (inclusive os novos) e definição de abertura dos novos cursos com participação docente;
5. Condições de Infraestrutura para atender com qualidade as demandas de todos os cursos (salas de aula com equipamentos multimídia, sala ambiente para o curso de letras, sala para novos Professores, sala para as atividades de pesquisa e extensão). A nova sede da UNILA deve garantir as mesmas condições de trabalho do Parque Tecnológico de Itaipu - PTI.
6. Disponibilizar laboratórios de ensino, devidamente equipados, para que as aulas práticas tenham os seus objetivos alcançados e laboratórios de pesquisas adequados que permitam a consolidação das linhas de pesquisa nas áreas do conhecimento relacionadas com o desenvolvimento científico e tecnológico.
7. Esclarecimentos das funções e regulamentação do Instituto Mercosul de Estudos Avançados – IMEA, bem como definição de política institucional de pós-graduação e pesquisa com a devida participação docente;
8. Garantia de efetiva participação docente na seleção e concurso de novos professores, respeitando as demandas apresentadas de cada área;
9. Criação da Comissão Permanente de Pessoal Docente – CPPD;
10. Respeito às habilidades acadêmicas na atribuição de carga horária dos professores;

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Primeiro Encontro do GEUP - Explicação, surgimento e objetivos.

 1º Encontro do Grupo de Estudo Universidade Populuar.


Texto: O que é Educação – Carlos Rodrigues Brandão – apresentado por Jéssica Piovesan Klein e João Augusto Albuquerque

Local: Teatro Barrão [ Av. Rep. Argentina, Praça da Bíblia, Foz do Iguaçu - PR]
Hora: 16:00
Data: 25/02/2012 [sábado]





quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Convite Grupo de Estudo Universidade Popular


Para a nossa primeira postagem, faremos um convite para todos aqueles que se interessam por mudanças e transformação.

A educação brasileira historicamente vem sendo sucateada, tanto na educação básica, como no ensino superior, o Estado não está dando o suporte necessário para o desenvolvimento humano e intelectual da população, ficando a mercê de uma educação mercadológica e sem objetivos de transformação social e de emancipação humana.

Com isso, organizamos um grupo de estudo para pensar a educação e a universidade voltada para aqueles que mais necessitam dessa emancipação. Uma educação e uma universidade de fato popular, construída politicamente, ideologicamente e fisicamente pelo povo, onde poderão participar do processo de desenvolvimento e da construção do conhecimento.

Os textos estão distribuídos ao longo do ano para serem discutidos e debatidos, tendo como ponto central a educação desde o 1º grau até o 3º grau, e a sociedade na qual vivemos. Os debates terão 1 [uma] ou 2 [duas] pessoas que ficarão responsáveis para apresentar e direcionar a discussão.

Fica então o convite para todos participarem dos encontros que serão realizados 2 [duas] vezes por mês. O primeiro encontro será sábado, dia 25/02 no Teatro Barracão [Foz do Iguaçu] a partir das 16:00 horas.

Nesse primeiro encontro será explanado de forma rápida o que é Universidade Popular, como surgiu, e qual o seu objetivo.

Interessados mandem e-mails solicitando o calendário e os textos: movimentouniversidadepopular@hotmail.com


Participem! Opinem! Contribuam!